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Foto do escritorlinaishida

OUTUBRO ROSA

Era sábado da Semana Santa, minha primeira mamografia...

A imagem era clássica, era um câncer de mama!

Que desespero, sendo médica e ginecologista, no mesmo dia fiz todos os exames de rastreamento.

Só pensava em minhas duas filhas pequenas. Tentava “negociar” tempo de vida com Deus...

Como voltar para casa e não passar aquela minha angústia, ansiedade, insegurança, quase pânico para minhas meninas?

Foi um ano difícil. Foram quatro cirurgias e quimioterapia...

Queda de cabelo, infecção, reações alérgicas, necrose de tecido (retalho)!

É, não foi nada fácil. Evolui ainda com uma neuropatia que acabou me afastando das especialidades que eu tanto amava. Parei a ginecologia e obstetrícia, fiz muita acupuntura em mim mesma e passei a exercê-la como minha especialidade. Inicialmente não pensava em atender pacientes com câncer, mas, talvez pela vivência pessoal, acabei me envolvendo muito com eles. A acupuntura não cura o câncer, mas é coadjuvante, auxilia no suporte aos efeitos colaterais, melhorando a astenia, energia, depressão, ansiedade, imunidade, dor, entre outras.

Muita, muita coisa mudou, mas sobretudo, meu olhar com relação à morte, aos pacientes, às pessoas, às oportunidades, ao verdadeiro valor da saúde, do tempo, do bem estar enfim, da vida e do amor.

As “cordas” mais fortes e resistentes, que não me deixaram cair, desanimar ou largar tudo, foram lançadas pelas mãos mais delicadas, frágeis e macias. Sim, foram as mãos das minhas duas menininhas, de apenas 2 e 6 anos que me reergueram e me fizeram seguir.

Sim, há vida após o diagnóstico do câncer. Podem ser décadas, anos, meses ou dias.

Sim, qualquer um pode dar uma mãozinha nessa caminhada,

basta que seja cheia de amor!

Outubro rosa!

Prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.


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